quarta-feira, 15 de outubro de 2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Sede
"É do seu toque que eu estou à espera.
Estou à espera de saber o seu tom de pele e de voz.
Estou à espera de conhecer o gosto dos teus lábios numa madrugada fria.
Estou à espera de sentir o cheiro do teu suor, dos teus ombros e do teu pescoço quando eu deitar ao teu lado.
Estou à espera de conhecer teus olhar, quando as cortinas abrirem, ao me olhar com desejo, ternura ou com raiva.
Espero, esperar por você no elevador, no sofá, mesa, cama ou chuveiro.
Estou à espera de saber o quão morna é a tua companhia no inverno.
Estou à espera de sentir tuas mãos passearem em minhas curvas e quem sabe se perderem em meus cabelos.
Espero te furtar sorrisos genuínos, enquanto teu corpo flutua ao lado do meu.
Espero ser leve e livre como uma brisa aconchegando teu coração.
Espero poder lavar seus pés e alma, aprender você, ler você.
Estou à espera de ver-te de braços bem abertos, e quando eu entrar por esta porta, eu quero sentir teus olhos fechados de amor.
Espero, ah, como eu espero, e nunca foi tão doce esperar." - P.P.
Thirst
"It's your touch I'm waiting.
I'm waiting to know your tone, skin and voice.
I'm waiting to know the taste of your lips on a cold morning.
I'm waiting to feel the smell of your sweat, your shoulders and your neck when I lie down by your side.
I'm waiting to know your gaze when the curtains open, looking at me with desire, tenderness or angry.
I hope, wait for you in the elevator, on the sofa, table, bed or shower.
I am waiting to know how warm is your company in the winter.
I'm waiting to feel your hands roam on my curves, and perhaps, get lose in my hair.
I hope steal from you genuine smiles while your body floats next to mine.
I hope to be soft, light and free as a breeze snuggling your heart.
I hope to wash your feet and soul, learn about you, read you.
I am waiting to see you wide open arms, and when I go through this door, I want to feel your eyes closed of love.
I wait, oh, how i wait, and expect never been so sweet." - P.P.
Estou à espera de saber o seu tom de pele e de voz.
Estou à espera de conhecer o gosto dos teus lábios numa madrugada fria.
Estou à espera de sentir o cheiro do teu suor, dos teus ombros e do teu pescoço quando eu deitar ao teu lado.
Estou à espera de conhecer teus olhar, quando as cortinas abrirem, ao me olhar com desejo, ternura ou com raiva.
Espero, esperar por você no elevador, no sofá, mesa, cama ou chuveiro.
Estou à espera de saber o quão morna é a tua companhia no inverno.
Estou à espera de sentir tuas mãos passearem em minhas curvas e quem sabe se perderem em meus cabelos.
Espero te furtar sorrisos genuínos, enquanto teu corpo flutua ao lado do meu.
Espero ser leve e livre como uma brisa aconchegando teu coração.
Espero poder lavar seus pés e alma, aprender você, ler você.
Estou à espera de ver-te de braços bem abertos, e quando eu entrar por esta porta, eu quero sentir teus olhos fechados de amor.
Espero, ah, como eu espero, e nunca foi tão doce esperar." - P.P.
Thirst
"It's your touch I'm waiting.
I'm waiting to know your tone, skin and voice.
I'm waiting to know the taste of your lips on a cold morning.
I'm waiting to feel the smell of your sweat, your shoulders and your neck when I lie down by your side.
I'm waiting to know your gaze when the curtains open, looking at me with desire, tenderness or angry.
I hope, wait for you in the elevator, on the sofa, table, bed or shower.
I am waiting to know how warm is your company in the winter.
I'm waiting to feel your hands roam on my curves, and perhaps, get lose in my hair.
I hope steal from you genuine smiles while your body floats next to mine.
I hope to be soft, light and free as a breeze snuggling your heart.
I hope to wash your feet and soul, learn about you, read you.
I am waiting to see you wide open arms, and when I go through this door, I want to feel your eyes closed of love.
I wait, oh, how i wait, and expect never been so sweet." - P.P.
Histórias curiosas!
Flávia Pinho | 02/06/2009 04h57
INVENÇÃO EUROPÉIA
A feijoada é uma variação do cozido feito em Portugal
Você já deve ter ouvido que a feijoada foi inventada pelos escravos. Não é verdade. O prato-símbolo da culinária nacional nasceu em panelas lusitanas. "É uma solução européia elaborada no Brasil. Técnica portuguesa com o material brasileiro", afirma o historiador Luís da Câmara Cascudo no livro História da Alimentação no Brasil (Global). Os colonizadores trouxeram da terrinha o hábito de fazer cozido, um prato que misturava carnes, legumes e verduras. O problema é que, para o povo daqui, faltava alguma coisa – no século 17, explica o pesquisador, refeição sem feijão era “simples ato de enganar a fome”. Os grãos entraram na receita e fizeram tanto sucesso que, em pouco tempo, os legumes e verduras perderam espaço.
A feijoada é uma variação do cozido feito em Portugal
Você já deve ter ouvido que a feijoada foi inventada pelos escravos. Não é verdade. O prato-símbolo da culinária nacional nasceu em panelas lusitanas. "É uma solução européia elaborada no Brasil. Técnica portuguesa com o material brasileiro", afirma o historiador Luís da Câmara Cascudo no livro História da Alimentação no Brasil (Global). Os colonizadores trouxeram da terrinha o hábito de fazer cozido, um prato que misturava carnes, legumes e verduras. O problema é que, para o povo daqui, faltava alguma coisa – no século 17, explica o pesquisador, refeição sem feijão era “simples ato de enganar a fome”. Os grãos entraram na receita e fizeram tanto sucesso que, em pouco tempo, os legumes e verduras perderam espaço.
BOLHAS DOMADAS
O champanhe já foi considerado um vinho defeituoso
No século 1, o champanhe era um vinho sem qualquer glamour: vermelho-claro, quase sempre turvo e com as características borbulhas, consideradas um grave defeito. Isso começou a mudar em 1668, quando o monge francês Pierre Pérignon (1638 - 1715) assumiu a administração
da abadia Hautvillers e passou a cuidar da adega e das videiras. Ao longo de 47 anos, dom Pérignon estabeleceu um padrão de qualidade inédito na produção de vinhos efervescentes. Mais tarde, na segunda década do século 16, os produtores de champanhe passaram a anunciar que as bolhas até faziam bem para a saúde.
CÓPIA MELHORADA
O famoso molho inglês foi inspirado em uma receita oriental
O nome engana, porque o molho inglês é cópia de um alimento que já existia do outro lado do mundo. Em 1835, o lorde Marcus Sandys, governador da província indiana de Bengala, visitou a Inglaterra. Levou na bagagem vários ingredientes, como melaço, tamarindos e cravo-da-índia, e pediu a dois químicos, John Wheeley Lea (1791-1874) e William Perrins (1793-1867), que os misturassem seguindo uma receita da Índia. Quando a encomenda ficou pronta, o cliente provou e foi embora. Os químicos, que tinham detestado o resultado, guardaram o frasco no porão. Um ano depois, encontraram a mistura e a provaram. "Tiveram grata surpresa", conta J.A. Dias Lopes em A Canja do Imperador (Companhia Editora Nacional). "A maturação conferira ao molho um sabor atraente, ao mesmo tempo picante e harmônico."
O champanhe já foi considerado um vinho defeituoso
No século 1, o champanhe era um vinho sem qualquer glamour: vermelho-claro, quase sempre turvo e com as características borbulhas, consideradas um grave defeito. Isso começou a mudar em 1668, quando o monge francês Pierre Pérignon (1638 - 1715) assumiu a administração
da abadia Hautvillers e passou a cuidar da adega e das videiras. Ao longo de 47 anos, dom Pérignon estabeleceu um padrão de qualidade inédito na produção de vinhos efervescentes. Mais tarde, na segunda década do século 16, os produtores de champanhe passaram a anunciar que as bolhas até faziam bem para a saúde.
CÓPIA MELHORADA
O famoso molho inglês foi inspirado em uma receita oriental
O nome engana, porque o molho inglês é cópia de um alimento que já existia do outro lado do mundo. Em 1835, o lorde Marcus Sandys, governador da província indiana de Bengala, visitou a Inglaterra. Levou na bagagem vários ingredientes, como melaço, tamarindos e cravo-da-índia, e pediu a dois químicos, John Wheeley Lea (1791-1874) e William Perrins (1793-1867), que os misturassem seguindo uma receita da Índia. Quando a encomenda ficou pronta, o cliente provou e foi embora. Os químicos, que tinham detestado o resultado, guardaram o frasco no porão. Um ano depois, encontraram a mistura e a provaram. "Tiveram grata surpresa", conta J.A. Dias Lopes em A Canja do Imperador (Companhia Editora Nacional). "A maturação conferira ao molho um sabor atraente, ao mesmo tempo picante e harmônico."
Maçonaria
O compasso do mundo
Há 300 anos, a elite política e cultural do Ocidente se reúne em salões fechados para participar de rituais cheios de códigos misteriosos. Saiba o que é a maçonaria, como ela surgiu e de que forma influenciou grandes acontecimentos históricos
Tiago Cordeiro | 02/06/2009 05h06
O primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, era maçom. Depois dele, outros 16 líderes da nação mais poderosa do mundo também foram: a lista inclui John Edgar Hoover, diretor do FBI por 45 anos, e Harry Truman, o homem que autorizou o ataque com bombas atômicas sobre o Japão. Também fizeram parte da sociedade secreta dois políticos decisivos para a vitória aliada na Segunda Guerra Mundial, o presidente americano Franklin Delano Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Eram maçons alguns dos mais importantes líderes da Revolução Francesa, como Jean-Paul Marat e La Fayette. O revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi e os libertadores da América espanhola, o argentino José de San Martín e o venezuelano Simon Bolívar, também. O articulador da independência do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva, pertencia à ordem, assim como o duque de Caxias e nosso primeiro presidente republicano, marechal Deodoro da Fonseca.
Por tudo isso, não é exagero afirmar que o mundo em que vivemos foi definido por essa sociedade secreta, que há 300 anos reúne a elite política e militar (e cultural) do Ocidente em rituais cheios de códigos misteriosos.
Mas o que é maçonaria? Existem várias versões para a criação da organização. A mais confiável remete à Idade Média, quando o controle do comércio era feito pelas guildas, corporações de ofício que reuniam artesãos do mesmo ramo e funcionavam como um antepassado dos sindicatos. Um dos grupos mais poderosos era o dos pedreiros (em inglês, masons). Responsáveis pela engenharia e pela construção de castelos e catedrais, eles tinham acesso aos reis e ao clero e circulavam livremente entre os feudos. Apelidados de free masons (pedreiros livres), se reuniam nos canteiros de obras e trocavam segredos da profissão. Para se identificarem em locais públicos e evitarem o vazamento de suas conversas, criaram um sistema de gestos e códigos. Durante o Renascimento, os pedreiros livres ficaram na moda. Seus encontros passaram a acontecer em salões, chamados de lojas, que geralmente ficavam sobre bares e tavernas das grandes cidades, onde a conversa continuava depois. Intelectuais e membros da nobreza engrossaram a turma. Por influência deles, os debates passaram a abranger religião e filosofia. Em 24 de junho de 1717, numa reunião das quatro maiores lojas de Londres (então o maior centro maçom europeu), na taverna The Goose and Gridiron nasceu uma federação, a Grande Loja de Londres. Era o início oficial da maçonaria.
CRIANDO A MARSELHESA
Em apenas três décadas, a organização já tinha se espalhado por toda a Europa ocidental e havia alcançado a Índia, a China e a América do Norte. Passou a ser conhecida, respeitada, mas, principalmente, temida. Não era para menos. Ficava difícil confiar em um grupo de homens ricos e poderosos, de diferentes áreas, que se reuniam a portas fechadas, usavam símbolos esquisitos (veja explicações ao longo da reportagem) e faziam juramentos de fidelidade à tal organização e ainda voto de silêncio. Também não ajudou muito o tanto de lendas que surgiu sobre a origem da maçonaria (em 1805, o historiador francês Charles Bernardin pesquisou 39 diferentes). Tinha para todos os gostos: alguns integrantes da ordem diziam que Noé era maçom, outros transformaram o rei Salomão ou os antigos egípcios em fundadores. Nem os templários escaparam (leia na pág. 33). A Igreja Católica se incomodou tanto que, em 1738, divulgou uma bula papal atacando a ordem, que décadas depois foi perseguida pela Inquisição.
Além do sigilo, o que perturbava era a atitude sempre à frente de seu tempo. Setenta anos antes da Revolução Francesa, esses homens cultos e influentes já defendiam a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Tratavam-se sem distinção e aceitavam todos os credos religiosos, uma atitude tremendamente avançada para a época. Os ateus, porém, eram barrados. Não formamos uma religião, mas somos um grupo de pessoas religiosas. Nosso lema é fazer os homens bons ficarem melhores, diz o maçom paulistano Cassiano Rampazzo, advogado de 35 anos. Com ele concorda a historiadora mineira Françoise Jean de Oliveira, co-autora do livro O Poder da Maçonaria. A maçonaria não é religião, não tem dogmas. É um grupo que defende a liberdade de consciência e o progresso. Isso não quer dizer que cada participante possa agir como bem entende. Ao entrar na ordem, o membro é instruído sobre a moral universal, um conjunto de virtudes obrigatórias, como bondade, lealdade, honra, honestidade, amizade, tranqüilidade e obediência, diz Françoise.
A falta de preconceito se restringia a diferenças políticas e religiosas. A fraternidade vetava analfabetos, deficientes e homens que não se sustentavam. As mulheres até hoje não são bem-vindas (com exceção da França). Além disso, no passado como no presente, só entra na ordem quem for convidado e passar por uma avaliação rigorosa: nada de gente indiscreta, protagonistas de escândalos, bêbados, brigões e adúlteros notórios. Ainda assim, para os aprovados, a maçonaria foi a primeira entidade a funcionar de acordo com os preceitos da democracia moderna. Eles estimulavam debates abertos, em que todos podiam participar, além das eleições livres e diretas. Nada disso estava na moda no século 18. E, muito por influência dos próprios maçons, tornou-se corriqueiro no século 21, afirma o historiador alemão Jan Snoek, professor da Universidade de Heidelberg e especialista no assunto.
Assim, nada mais natural que os líderes da Revolução Francesa de 1789 aderissem à maçonaria. Nos anos que antecederam a queda do Antigo Regime, os adeptos se multiplicaram. A influência foi tanta que uma canção composta e cantada na loja de Marselha foi batizada de A Marselhesa e transformada no hino do país. Nem todos os ideólogos da revolução foram maçons. Marat e La Fayette eram, Robespierre e Danton, não. Mas, entre os inimigos da monarquia, mesmo quem não participava da ordem tinha sido influenciado por suas idéias, afirma o historiador americano W. Kirk MacNulty, maçom há mais de 40 anos.
Por tudo isso, não é exagero afirmar que o mundo em que vivemos foi definido por essa sociedade secreta, que há 300 anos reúne a elite política e militar (e cultural) do Ocidente em rituais cheios de códigos misteriosos.
Mas o que é maçonaria? Existem várias versões para a criação da organização. A mais confiável remete à Idade Média, quando o controle do comércio era feito pelas guildas, corporações de ofício que reuniam artesãos do mesmo ramo e funcionavam como um antepassado dos sindicatos. Um dos grupos mais poderosos era o dos pedreiros (em inglês, masons). Responsáveis pela engenharia e pela construção de castelos e catedrais, eles tinham acesso aos reis e ao clero e circulavam livremente entre os feudos. Apelidados de free masons (pedreiros livres), se reuniam nos canteiros de obras e trocavam segredos da profissão. Para se identificarem em locais públicos e evitarem o vazamento de suas conversas, criaram um sistema de gestos e códigos. Durante o Renascimento, os pedreiros livres ficaram na moda. Seus encontros passaram a acontecer em salões, chamados de lojas, que geralmente ficavam sobre bares e tavernas das grandes cidades, onde a conversa continuava depois. Intelectuais e membros da nobreza engrossaram a turma. Por influência deles, os debates passaram a abranger religião e filosofia. Em 24 de junho de 1717, numa reunião das quatro maiores lojas de Londres (então o maior centro maçom europeu), na taverna The Goose and Gridiron nasceu uma federação, a Grande Loja de Londres. Era o início oficial da maçonaria.
CRIANDO A MARSELHESA
Em apenas três décadas, a organização já tinha se espalhado por toda a Europa ocidental e havia alcançado a Índia, a China e a América do Norte. Passou a ser conhecida, respeitada, mas, principalmente, temida. Não era para menos. Ficava difícil confiar em um grupo de homens ricos e poderosos, de diferentes áreas, que se reuniam a portas fechadas, usavam símbolos esquisitos (veja explicações ao longo da reportagem) e faziam juramentos de fidelidade à tal organização e ainda voto de silêncio. Também não ajudou muito o tanto de lendas que surgiu sobre a origem da maçonaria (em 1805, o historiador francês Charles Bernardin pesquisou 39 diferentes). Tinha para todos os gostos: alguns integrantes da ordem diziam que Noé era maçom, outros transformaram o rei Salomão ou os antigos egípcios em fundadores. Nem os templários escaparam (leia na pág. 33). A Igreja Católica se incomodou tanto que, em 1738, divulgou uma bula papal atacando a ordem, que décadas depois foi perseguida pela Inquisição.
Além do sigilo, o que perturbava era a atitude sempre à frente de seu tempo. Setenta anos antes da Revolução Francesa, esses homens cultos e influentes já defendiam a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Tratavam-se sem distinção e aceitavam todos os credos religiosos, uma atitude tremendamente avançada para a época. Os ateus, porém, eram barrados. Não formamos uma religião, mas somos um grupo de pessoas religiosas. Nosso lema é fazer os homens bons ficarem melhores, diz o maçom paulistano Cassiano Rampazzo, advogado de 35 anos. Com ele concorda a historiadora mineira Françoise Jean de Oliveira, co-autora do livro O Poder da Maçonaria. A maçonaria não é religião, não tem dogmas. É um grupo que defende a liberdade de consciência e o progresso. Isso não quer dizer que cada participante possa agir como bem entende. Ao entrar na ordem, o membro é instruído sobre a moral universal, um conjunto de virtudes obrigatórias, como bondade, lealdade, honra, honestidade, amizade, tranqüilidade e obediência, diz Françoise.
A falta de preconceito se restringia a diferenças políticas e religiosas. A fraternidade vetava analfabetos, deficientes e homens que não se sustentavam. As mulheres até hoje não são bem-vindas (com exceção da França). Além disso, no passado como no presente, só entra na ordem quem for convidado e passar por uma avaliação rigorosa: nada de gente indiscreta, protagonistas de escândalos, bêbados, brigões e adúlteros notórios. Ainda assim, para os aprovados, a maçonaria foi a primeira entidade a funcionar de acordo com os preceitos da democracia moderna. Eles estimulavam debates abertos, em que todos podiam participar, além das eleições livres e diretas. Nada disso estava na moda no século 18. E, muito por influência dos próprios maçons, tornou-se corriqueiro no século 21, afirma o historiador alemão Jan Snoek, professor da Universidade de Heidelberg e especialista no assunto.
Assim, nada mais natural que os líderes da Revolução Francesa de 1789 aderissem à maçonaria. Nos anos que antecederam a queda do Antigo Regime, os adeptos se multiplicaram. A influência foi tanta que uma canção composta e cantada na loja de Marselha foi batizada de A Marselhesa e transformada no hino do país. Nem todos os ideólogos da revolução foram maçons. Marat e La Fayette eram, Robespierre e Danton, não. Mas, entre os inimigos da monarquia, mesmo quem não participava da ordem tinha sido influenciado por suas idéias, afirma o historiador americano W. Kirk MacNulty, maçom há mais de 40 anos.
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