“Que o amor seja desinteresseiro, que
ele não se vincule a nenhum preConceito, que nele resida uma essência profunda
e resistente, que ele seja maduro e irrefutável, que seja também suave e puro,
que ele renove constantemente suas forças e saiba discernir qual espaço
deverá proporcionar à dificuldades, que tudo o que emana do espírito, da nossa
alma, do sentir, seja mais valorizado do que aquilo a que se pode tocar, que
muitos consigam viver “menos em prol de si mesmos”, que os valores primordiais
não sejam asfixiados pelo egoísmo e ambição, que os animais não mais sejam
vistos apenas como “produtores” de alimentos e vestimentas, que a razão
não cause cegueira e inércia, que a fome não seja causa de morte,que o bem
sempre vença, que a honestidade seja superexaltada, que a desigualdade seja um
problema grave, que o intelecto humano seja menos estéril, que não se
relativize o que é absoluto e nem seja absolutizado o que é relativo, que nosso
propósito de vida seja algo profundo que acaricie e faça crescer a alma, que os
olhares sejam mais compreensivos e menos julgadores, que possamos
constantemente fazer algo por alguém, que os dias sejam mais úteis e as noites
regadas à leveza e filosofia, que eu pense cada vez menos em mim e muito mais
nos irmãos que tenho por este mundo precisando da minha atenção, que as
injustiças sejam esporádicas, e os museus mais visitados, que a soberba não
encontre lugar entre nós, que a natureza atraia olhares que se deleitem em
contemplação, que se formem pessoas mais sensíveis, que a música seja artística
como antigamente, que o maior desejo se realize, que deitar em teu peito seja
minha doce rotina, que eu realmente tenha “te encontrado”, que tudo seja
verdade, que eu continue sendo tua e tu, meu, até teus noventa e seis anos
chegar, que eu seja como um raio de sol em teu caminho, que tu jamais deixe de
me olhar daquele jeito, que este mundo nos esqueça e nós esqueçamos dele, que
ao acordar, tu sejas a primeira coisa vista por meu olhos, que a paz seja nossa
leal companheira, que eu multiplique teus sorrisos até a velhice, que a ternura
subsista, que tu sejas meu cobertor, e meu abraço, o teu abrigo.” - P.P.
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