quarta-feira, 15 de outubro de 2014
terça-feira, 14 de outubro de 2014
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Sede
"É do seu toque que eu estou à espera.
Estou à espera de saber o seu tom de pele e de voz.
Estou à espera de conhecer o gosto dos teus lábios numa madrugada fria.
Estou à espera de sentir o cheiro do teu suor, dos teus ombros e do teu pescoço quando eu deitar ao teu lado.
Estou à espera de conhecer teus olhar, quando as cortinas abrirem, ao me olhar com desejo, ternura ou com raiva.
Espero, esperar por você no elevador, no sofá, mesa, cama ou chuveiro.
Estou à espera de saber o quão morna é a tua companhia no inverno.
Estou à espera de sentir tuas mãos passearem em minhas curvas e quem sabe se perderem em meus cabelos.
Espero te furtar sorrisos genuínos, enquanto teu corpo flutua ao lado do meu.
Espero ser leve e livre como uma brisa aconchegando teu coração.
Espero poder lavar seus pés e alma, aprender você, ler você.
Estou à espera de ver-te de braços bem abertos, e quando eu entrar por esta porta, eu quero sentir teus olhos fechados de amor.
Espero, ah, como eu espero, e nunca foi tão doce esperar." - P.P.
Thirst
"It's your touch I'm waiting.
I'm waiting to know your tone, skin and voice.
I'm waiting to know the taste of your lips on a cold morning.
I'm waiting to feel the smell of your sweat, your shoulders and your neck when I lie down by your side.
I'm waiting to know your gaze when the curtains open, looking at me with desire, tenderness or angry.
I hope, wait for you in the elevator, on the sofa, table, bed or shower.
I am waiting to know how warm is your company in the winter.
I'm waiting to feel your hands roam on my curves, and perhaps, get lose in my hair.
I hope steal from you genuine smiles while your body floats next to mine.
I hope to be soft, light and free as a breeze snuggling your heart.
I hope to wash your feet and soul, learn about you, read you.
I am waiting to see you wide open arms, and when I go through this door, I want to feel your eyes closed of love.
I wait, oh, how i wait, and expect never been so sweet." - P.P.
Estou à espera de saber o seu tom de pele e de voz.
Estou à espera de conhecer o gosto dos teus lábios numa madrugada fria.
Estou à espera de sentir o cheiro do teu suor, dos teus ombros e do teu pescoço quando eu deitar ao teu lado.
Estou à espera de conhecer teus olhar, quando as cortinas abrirem, ao me olhar com desejo, ternura ou com raiva.
Espero, esperar por você no elevador, no sofá, mesa, cama ou chuveiro.
Estou à espera de saber o quão morna é a tua companhia no inverno.
Estou à espera de sentir tuas mãos passearem em minhas curvas e quem sabe se perderem em meus cabelos.
Espero te furtar sorrisos genuínos, enquanto teu corpo flutua ao lado do meu.
Espero ser leve e livre como uma brisa aconchegando teu coração.
Espero poder lavar seus pés e alma, aprender você, ler você.
Estou à espera de ver-te de braços bem abertos, e quando eu entrar por esta porta, eu quero sentir teus olhos fechados de amor.
Espero, ah, como eu espero, e nunca foi tão doce esperar." - P.P.
Thirst
"It's your touch I'm waiting.
I'm waiting to know your tone, skin and voice.
I'm waiting to know the taste of your lips on a cold morning.
I'm waiting to feel the smell of your sweat, your shoulders and your neck when I lie down by your side.
I'm waiting to know your gaze when the curtains open, looking at me with desire, tenderness or angry.
I hope, wait for you in the elevator, on the sofa, table, bed or shower.
I am waiting to know how warm is your company in the winter.
I'm waiting to feel your hands roam on my curves, and perhaps, get lose in my hair.
I hope steal from you genuine smiles while your body floats next to mine.
I hope to be soft, light and free as a breeze snuggling your heart.
I hope to wash your feet and soul, learn about you, read you.
I am waiting to see you wide open arms, and when I go through this door, I want to feel your eyes closed of love.
I wait, oh, how i wait, and expect never been so sweet." - P.P.
Histórias curiosas!
Flávia Pinho | 02/06/2009 04h57
INVENÇÃO EUROPÉIA
A feijoada é uma variação do cozido feito em Portugal
Você já deve ter ouvido que a feijoada foi inventada pelos escravos. Não é verdade. O prato-símbolo da culinária nacional nasceu em panelas lusitanas. "É uma solução européia elaborada no Brasil. Técnica portuguesa com o material brasileiro", afirma o historiador Luís da Câmara Cascudo no livro História da Alimentação no Brasil (Global). Os colonizadores trouxeram da terrinha o hábito de fazer cozido, um prato que misturava carnes, legumes e verduras. O problema é que, para o povo daqui, faltava alguma coisa – no século 17, explica o pesquisador, refeição sem feijão era “simples ato de enganar a fome”. Os grãos entraram na receita e fizeram tanto sucesso que, em pouco tempo, os legumes e verduras perderam espaço.
A feijoada é uma variação do cozido feito em Portugal
Você já deve ter ouvido que a feijoada foi inventada pelos escravos. Não é verdade. O prato-símbolo da culinária nacional nasceu em panelas lusitanas. "É uma solução européia elaborada no Brasil. Técnica portuguesa com o material brasileiro", afirma o historiador Luís da Câmara Cascudo no livro História da Alimentação no Brasil (Global). Os colonizadores trouxeram da terrinha o hábito de fazer cozido, um prato que misturava carnes, legumes e verduras. O problema é que, para o povo daqui, faltava alguma coisa – no século 17, explica o pesquisador, refeição sem feijão era “simples ato de enganar a fome”. Os grãos entraram na receita e fizeram tanto sucesso que, em pouco tempo, os legumes e verduras perderam espaço.
BOLHAS DOMADAS
O champanhe já foi considerado um vinho defeituoso
No século 1, o champanhe era um vinho sem qualquer glamour: vermelho-claro, quase sempre turvo e com as características borbulhas, consideradas um grave defeito. Isso começou a mudar em 1668, quando o monge francês Pierre Pérignon (1638 - 1715) assumiu a administração
da abadia Hautvillers e passou a cuidar da adega e das videiras. Ao longo de 47 anos, dom Pérignon estabeleceu um padrão de qualidade inédito na produção de vinhos efervescentes. Mais tarde, na segunda década do século 16, os produtores de champanhe passaram a anunciar que as bolhas até faziam bem para a saúde.
CÓPIA MELHORADA
O famoso molho inglês foi inspirado em uma receita oriental
O nome engana, porque o molho inglês é cópia de um alimento que já existia do outro lado do mundo. Em 1835, o lorde Marcus Sandys, governador da província indiana de Bengala, visitou a Inglaterra. Levou na bagagem vários ingredientes, como melaço, tamarindos e cravo-da-índia, e pediu a dois químicos, John Wheeley Lea (1791-1874) e William Perrins (1793-1867), que os misturassem seguindo uma receita da Índia. Quando a encomenda ficou pronta, o cliente provou e foi embora. Os químicos, que tinham detestado o resultado, guardaram o frasco no porão. Um ano depois, encontraram a mistura e a provaram. "Tiveram grata surpresa", conta J.A. Dias Lopes em A Canja do Imperador (Companhia Editora Nacional). "A maturação conferira ao molho um sabor atraente, ao mesmo tempo picante e harmônico."
O champanhe já foi considerado um vinho defeituoso
No século 1, o champanhe era um vinho sem qualquer glamour: vermelho-claro, quase sempre turvo e com as características borbulhas, consideradas um grave defeito. Isso começou a mudar em 1668, quando o monge francês Pierre Pérignon (1638 - 1715) assumiu a administração
da abadia Hautvillers e passou a cuidar da adega e das videiras. Ao longo de 47 anos, dom Pérignon estabeleceu um padrão de qualidade inédito na produção de vinhos efervescentes. Mais tarde, na segunda década do século 16, os produtores de champanhe passaram a anunciar que as bolhas até faziam bem para a saúde.
CÓPIA MELHORADA
O famoso molho inglês foi inspirado em uma receita oriental
O nome engana, porque o molho inglês é cópia de um alimento que já existia do outro lado do mundo. Em 1835, o lorde Marcus Sandys, governador da província indiana de Bengala, visitou a Inglaterra. Levou na bagagem vários ingredientes, como melaço, tamarindos e cravo-da-índia, e pediu a dois químicos, John Wheeley Lea (1791-1874) e William Perrins (1793-1867), que os misturassem seguindo uma receita da Índia. Quando a encomenda ficou pronta, o cliente provou e foi embora. Os químicos, que tinham detestado o resultado, guardaram o frasco no porão. Um ano depois, encontraram a mistura e a provaram. "Tiveram grata surpresa", conta J.A. Dias Lopes em A Canja do Imperador (Companhia Editora Nacional). "A maturação conferira ao molho um sabor atraente, ao mesmo tempo picante e harmônico."
Maçonaria
O compasso do mundo
Há 300 anos, a elite política e cultural do Ocidente se reúne em salões fechados para participar de rituais cheios de códigos misteriosos. Saiba o que é a maçonaria, como ela surgiu e de que forma influenciou grandes acontecimentos históricos
Tiago Cordeiro | 02/06/2009 05h06
O primeiro presidente dos Estados Unidos, George Washington, era maçom. Depois dele, outros 16 líderes da nação mais poderosa do mundo também foram: a lista inclui John Edgar Hoover, diretor do FBI por 45 anos, e Harry Truman, o homem que autorizou o ataque com bombas atômicas sobre o Japão. Também fizeram parte da sociedade secreta dois políticos decisivos para a vitória aliada na Segunda Guerra Mundial, o presidente americano Franklin Delano Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill. Eram maçons alguns dos mais importantes líderes da Revolução Francesa, como Jean-Paul Marat e La Fayette. O revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi e os libertadores da América espanhola, o argentino José de San Martín e o venezuelano Simon Bolívar, também. O articulador da independência do Brasil, José Bonifácio de Andrada e Silva, pertencia à ordem, assim como o duque de Caxias e nosso primeiro presidente republicano, marechal Deodoro da Fonseca.
Por tudo isso, não é exagero afirmar que o mundo em que vivemos foi definido por essa sociedade secreta, que há 300 anos reúne a elite política e militar (e cultural) do Ocidente em rituais cheios de códigos misteriosos.
Mas o que é maçonaria? Existem várias versões para a criação da organização. A mais confiável remete à Idade Média, quando o controle do comércio era feito pelas guildas, corporações de ofício que reuniam artesãos do mesmo ramo e funcionavam como um antepassado dos sindicatos. Um dos grupos mais poderosos era o dos pedreiros (em inglês, masons). Responsáveis pela engenharia e pela construção de castelos e catedrais, eles tinham acesso aos reis e ao clero e circulavam livremente entre os feudos. Apelidados de free masons (pedreiros livres), se reuniam nos canteiros de obras e trocavam segredos da profissão. Para se identificarem em locais públicos e evitarem o vazamento de suas conversas, criaram um sistema de gestos e códigos. Durante o Renascimento, os pedreiros livres ficaram na moda. Seus encontros passaram a acontecer em salões, chamados de lojas, que geralmente ficavam sobre bares e tavernas das grandes cidades, onde a conversa continuava depois. Intelectuais e membros da nobreza engrossaram a turma. Por influência deles, os debates passaram a abranger religião e filosofia. Em 24 de junho de 1717, numa reunião das quatro maiores lojas de Londres (então o maior centro maçom europeu), na taverna The Goose and Gridiron nasceu uma federação, a Grande Loja de Londres. Era o início oficial da maçonaria.
CRIANDO A MARSELHESA
Em apenas três décadas, a organização já tinha se espalhado por toda a Europa ocidental e havia alcançado a Índia, a China e a América do Norte. Passou a ser conhecida, respeitada, mas, principalmente, temida. Não era para menos. Ficava difícil confiar em um grupo de homens ricos e poderosos, de diferentes áreas, que se reuniam a portas fechadas, usavam símbolos esquisitos (veja explicações ao longo da reportagem) e faziam juramentos de fidelidade à tal organização e ainda voto de silêncio. Também não ajudou muito o tanto de lendas que surgiu sobre a origem da maçonaria (em 1805, o historiador francês Charles Bernardin pesquisou 39 diferentes). Tinha para todos os gostos: alguns integrantes da ordem diziam que Noé era maçom, outros transformaram o rei Salomão ou os antigos egípcios em fundadores. Nem os templários escaparam (leia na pág. 33). A Igreja Católica se incomodou tanto que, em 1738, divulgou uma bula papal atacando a ordem, que décadas depois foi perseguida pela Inquisição.
Além do sigilo, o que perturbava era a atitude sempre à frente de seu tempo. Setenta anos antes da Revolução Francesa, esses homens cultos e influentes já defendiam a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Tratavam-se sem distinção e aceitavam todos os credos religiosos, uma atitude tremendamente avançada para a época. Os ateus, porém, eram barrados. Não formamos uma religião, mas somos um grupo de pessoas religiosas. Nosso lema é fazer os homens bons ficarem melhores, diz o maçom paulistano Cassiano Rampazzo, advogado de 35 anos. Com ele concorda a historiadora mineira Françoise Jean de Oliveira, co-autora do livro O Poder da Maçonaria. A maçonaria não é religião, não tem dogmas. É um grupo que defende a liberdade de consciência e o progresso. Isso não quer dizer que cada participante possa agir como bem entende. Ao entrar na ordem, o membro é instruído sobre a moral universal, um conjunto de virtudes obrigatórias, como bondade, lealdade, honra, honestidade, amizade, tranqüilidade e obediência, diz Françoise.
A falta de preconceito se restringia a diferenças políticas e religiosas. A fraternidade vetava analfabetos, deficientes e homens que não se sustentavam. As mulheres até hoje não são bem-vindas (com exceção da França). Além disso, no passado como no presente, só entra na ordem quem for convidado e passar por uma avaliação rigorosa: nada de gente indiscreta, protagonistas de escândalos, bêbados, brigões e adúlteros notórios. Ainda assim, para os aprovados, a maçonaria foi a primeira entidade a funcionar de acordo com os preceitos da democracia moderna. Eles estimulavam debates abertos, em que todos podiam participar, além das eleições livres e diretas. Nada disso estava na moda no século 18. E, muito por influência dos próprios maçons, tornou-se corriqueiro no século 21, afirma o historiador alemão Jan Snoek, professor da Universidade de Heidelberg e especialista no assunto.
Assim, nada mais natural que os líderes da Revolução Francesa de 1789 aderissem à maçonaria. Nos anos que antecederam a queda do Antigo Regime, os adeptos se multiplicaram. A influência foi tanta que uma canção composta e cantada na loja de Marselha foi batizada de A Marselhesa e transformada no hino do país. Nem todos os ideólogos da revolução foram maçons. Marat e La Fayette eram, Robespierre e Danton, não. Mas, entre os inimigos da monarquia, mesmo quem não participava da ordem tinha sido influenciado por suas idéias, afirma o historiador americano W. Kirk MacNulty, maçom há mais de 40 anos.
Por tudo isso, não é exagero afirmar que o mundo em que vivemos foi definido por essa sociedade secreta, que há 300 anos reúne a elite política e militar (e cultural) do Ocidente em rituais cheios de códigos misteriosos.
Mas o que é maçonaria? Existem várias versões para a criação da organização. A mais confiável remete à Idade Média, quando o controle do comércio era feito pelas guildas, corporações de ofício que reuniam artesãos do mesmo ramo e funcionavam como um antepassado dos sindicatos. Um dos grupos mais poderosos era o dos pedreiros (em inglês, masons). Responsáveis pela engenharia e pela construção de castelos e catedrais, eles tinham acesso aos reis e ao clero e circulavam livremente entre os feudos. Apelidados de free masons (pedreiros livres), se reuniam nos canteiros de obras e trocavam segredos da profissão. Para se identificarem em locais públicos e evitarem o vazamento de suas conversas, criaram um sistema de gestos e códigos. Durante o Renascimento, os pedreiros livres ficaram na moda. Seus encontros passaram a acontecer em salões, chamados de lojas, que geralmente ficavam sobre bares e tavernas das grandes cidades, onde a conversa continuava depois. Intelectuais e membros da nobreza engrossaram a turma. Por influência deles, os debates passaram a abranger religião e filosofia. Em 24 de junho de 1717, numa reunião das quatro maiores lojas de Londres (então o maior centro maçom europeu), na taverna The Goose and Gridiron nasceu uma federação, a Grande Loja de Londres. Era o início oficial da maçonaria.
CRIANDO A MARSELHESA
Em apenas três décadas, a organização já tinha se espalhado por toda a Europa ocidental e havia alcançado a Índia, a China e a América do Norte. Passou a ser conhecida, respeitada, mas, principalmente, temida. Não era para menos. Ficava difícil confiar em um grupo de homens ricos e poderosos, de diferentes áreas, que se reuniam a portas fechadas, usavam símbolos esquisitos (veja explicações ao longo da reportagem) e faziam juramentos de fidelidade à tal organização e ainda voto de silêncio. Também não ajudou muito o tanto de lendas que surgiu sobre a origem da maçonaria (em 1805, o historiador francês Charles Bernardin pesquisou 39 diferentes). Tinha para todos os gostos: alguns integrantes da ordem diziam que Noé era maçom, outros transformaram o rei Salomão ou os antigos egípcios em fundadores. Nem os templários escaparam (leia na pág. 33). A Igreja Católica se incomodou tanto que, em 1738, divulgou uma bula papal atacando a ordem, que décadas depois foi perseguida pela Inquisição.
Além do sigilo, o que perturbava era a atitude sempre à frente de seu tempo. Setenta anos antes da Revolução Francesa, esses homens cultos e influentes já defendiam a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Tratavam-se sem distinção e aceitavam todos os credos religiosos, uma atitude tremendamente avançada para a época. Os ateus, porém, eram barrados. Não formamos uma religião, mas somos um grupo de pessoas religiosas. Nosso lema é fazer os homens bons ficarem melhores, diz o maçom paulistano Cassiano Rampazzo, advogado de 35 anos. Com ele concorda a historiadora mineira Françoise Jean de Oliveira, co-autora do livro O Poder da Maçonaria. A maçonaria não é religião, não tem dogmas. É um grupo que defende a liberdade de consciência e o progresso. Isso não quer dizer que cada participante possa agir como bem entende. Ao entrar na ordem, o membro é instruído sobre a moral universal, um conjunto de virtudes obrigatórias, como bondade, lealdade, honra, honestidade, amizade, tranqüilidade e obediência, diz Françoise.
A falta de preconceito se restringia a diferenças políticas e religiosas. A fraternidade vetava analfabetos, deficientes e homens que não se sustentavam. As mulheres até hoje não são bem-vindas (com exceção da França). Além disso, no passado como no presente, só entra na ordem quem for convidado e passar por uma avaliação rigorosa: nada de gente indiscreta, protagonistas de escândalos, bêbados, brigões e adúlteros notórios. Ainda assim, para os aprovados, a maçonaria foi a primeira entidade a funcionar de acordo com os preceitos da democracia moderna. Eles estimulavam debates abertos, em que todos podiam participar, além das eleições livres e diretas. Nada disso estava na moda no século 18. E, muito por influência dos próprios maçons, tornou-se corriqueiro no século 21, afirma o historiador alemão Jan Snoek, professor da Universidade de Heidelberg e especialista no assunto.
Assim, nada mais natural que os líderes da Revolução Francesa de 1789 aderissem à maçonaria. Nos anos que antecederam a queda do Antigo Regime, os adeptos se multiplicaram. A influência foi tanta que uma canção composta e cantada na loja de Marselha foi batizada de A Marselhesa e transformada no hino do país. Nem todos os ideólogos da revolução foram maçons. Marat e La Fayette eram, Robespierre e Danton, não. Mas, entre os inimigos da monarquia, mesmo quem não participava da ordem tinha sido influenciado por suas idéias, afirma o historiador americano W. Kirk MacNulty, maçom há mais de 40 anos.
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
UM AGRADECIMENTO:
Eu agradeço pelos gays.
(sim, eu sou hetero)
(sim, eu sou hetero)
Eu agradeço aos gays pelo computador, pela Capela Sistina e pelo Rock 'n' Roll.
Essa semana já começou com um candidato a alguma coisa falando sobre "jogar todos LGBT numa ilha e deixar lá, que em 50 anos estariam mortos, já que não teriam filhos."
Se você pensa igual, acho bom você saber que dentro da sigla LGBT existem heteros. E não há nada que impeça um B gostar de uma B e terem filhos. E mesmo que morressem todos os LGBT's agora. Nada impede que nossos filhos nasçam LGBT. Por favor, entenda... ou melhor, não entenda. Acredite! Acredite que se existe Deus ele é mais sábio que você. E se ele criou seres humanos que você não entenda, seja humilde, e reflita que se Deus criou, você não deveria questionar.
Mas tudo bem. Vamos supor que você não acredite em Deus, ou acredite que ele possa errar. Ou ainda que os LGBT foram uma maneira que Deus criou para te tentar, por isso você tem o orgulho de ser hetero (já que está tão difícil assim não ceder o fiofó.) E que por isso eles são uma aberração que devam ser mortos. (vivemos um verdadeiro Homocausto: ano passado a cada 03 dias morria um LGBT assassinado, hoje estamos a cada 02.)
Se você pensa igual, acho bom você saber que dentro da sigla LGBT existem heteros. E não há nada que impeça um B gostar de uma B e terem filhos. E mesmo que morressem todos os LGBT's agora. Nada impede que nossos filhos nasçam LGBT. Por favor, entenda... ou melhor, não entenda. Acredite! Acredite que se existe Deus ele é mais sábio que você. E se ele criou seres humanos que você não entenda, seja humilde, e reflita que se Deus criou, você não deveria questionar.
Mas tudo bem. Vamos supor que você não acredite em Deus, ou acredite que ele possa errar. Ou ainda que os LGBT foram uma maneira que Deus criou para te tentar, por isso você tem o orgulho de ser hetero (já que está tão difícil assim não ceder o fiofó.) E que por isso eles são uma aberração que devam ser mortos. (vivemos um verdadeiro Homocausto: ano passado a cada 03 dias morria um LGBT assassinado, hoje estamos a cada 02.)
Ok, tudo bem. Vamos levar todos eles - na boa, eu vou junto, porque me recuso a viver no mesmo lugar que você - para uma ilha e deixa-los lá, criarem seu próprio país (com suas forças armadas e tudo o mais, e você ficou aqui, com seus amiguinhos). Eu te pergunto: Quem vai ensinar seus filhos? Que bombeiro vai proteger seus bens? Que médico vai te operar? Que policial vai prender o ladrão que roubou sua esposa? Quem vai julgar e condenar o estuprador da sua filha? Quem vai fazer o seu pão? Quem vai escrever suas novelas? Quem vai atuar nos seus filmes e séries? Que música você vai ouvir? Para onde você vai viajar?
Você não faz ideia de quantas pessoas LGBT estão envolvidas na sua vida, permitindo que você consuma, trabalhe, tenha um lar seguro. Você não faz ideia!
Você não faz ideia de quantas pessoas LGBT estão envolvidas na sua vida, permitindo que você consuma, trabalhe, tenha um lar seguro. Você não faz ideia!
E mesmo assim, vamos supor que deu tudo certo. Você criou uma cultura e uma existência sem resquícios de LGBT... Então você não poderá ter acesso a nada que tenha sido criado por um ser humano LGBT. Não é o correto? Se o cidadão é uma aberração, você deve retirar de sua vida tudo TUDO que diz respeito a essas pessoas. (pode começando a tirar sua calça jeans, se você não gosta de judeu. Ou desistindo de usar números arábicos que não gosta de muçulmanos. E se fodeu para contar, porque os números romanos são politeístas!) Mas enfim, vamos nos ater aos LGBT:
Eu quero ver você encontrar alguma cultura estrangeira que você anseia conhecer e admira que não tenha um dedo (no bom sentido) LGBT. Pode esquecer de Roma! París? Já era. Estados Unidos? Rá! (eles já tiveram até uma primeira dama lésbica.) Canadá? Sinto muito, o "orgulho gay" nasceu lá. Mas, não vou estragar a surpresa, vai, dá uma pesquisa e acha algum lugar.
Mas sem computador! Alan Turing - o cara que inventou tudo que permitiu você estar lendo isso agora, o homem que criou a ciência que nos deram Steve Jobs, Bill Gates, e todos os outros... era gay. Você é contra gay? Para de usar o computador! Pode ser uma obra do diabo.
Falando em diabo, eu disse que agradecia pelo Rock 'n' Roll - que não podemos dizer que foi um gay que criou, ou que seja uma cultura gay, sei lá... mas se você conseguir me listar qualquer músico que não tenha na sua influência um artista gay. Eu te dou um beijo na boca. Fique tranquilo, não existe. Mesmo que você "pule" Queen, Legião Urbana, Runaways Barão Vermelho, Gratefull Dead, Judas Priest... - perceba que estou apontando apenas uma referência em linhas de gênero de rock. E vai que você consiga chegar em Elvis Presley! Fantástico! Parabéns!
Mas sem computador! Alan Turing - o cara que inventou tudo que permitiu você estar lendo isso agora, o homem que criou a ciência que nos deram Steve Jobs, Bill Gates, e todos os outros... era gay. Você é contra gay? Para de usar o computador! Pode ser uma obra do diabo.
Falando em diabo, eu disse que agradecia pelo Rock 'n' Roll - que não podemos dizer que foi um gay que criou, ou que seja uma cultura gay, sei lá... mas se você conseguir me listar qualquer músico que não tenha na sua influência um artista gay. Eu te dou um beijo na boca. Fique tranquilo, não existe. Mesmo que você "pule" Queen, Legião Urbana, Runaways Barão Vermelho, Gratefull Dead, Judas Priest... - perceba que estou apontando apenas uma referência em linhas de gênero de rock. E vai que você consiga chegar em Elvis Presley! Fantástico! Parabéns!
Mas Elvis não seria nada sem Little Richard. (ah sim, estou supondo que você não tenha nada contra negros.)
Com os LGBT, minha vida é muito mais divertida.
E sem você, também.
E sem você, também.
(Ronaldo Ventura)
terça-feira, 26 de agosto de 2014
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer!
"Às vezes me flagro imaginando um homem hipotético que descreva assim a mulher dos seus sonhos:
“Ela tem que trabalhar e estudar muito, ter uma caixa de e-mails sempre lotada. Os pés devem ter calos e bolhas porque ela anda muito com sapatos de salto, pra lá e pra cá.
Ela deve ser independente e fazer o que ela bem entende com o próprio salário: comprar uma bolsa cara, doar para um projeto social, fazer uma viagem sozinha pelo leste europeu. Precisa dirigir bem e entender de imposto de renda.
Cozinhar? Não precisa! Tem um certo charme em errar até no arroz. Não precisa ser sarada, porque não dá tempo de fazer tudo o que ela faz e malhar.
Mas acima de tudo: ela tem que ser segura de si e não querer depender de mim, nem de ninguém.”
Pois é. Ainda não ouvi esse discurso de nenhum homem. Nem mesmo parte dele. Vai ver que é por isso que estou solteira aqui, na luta.
O fato é que eu venho pensando nisso. Na incrível dissonância entre a criação que nós, meninas e jovens mulheres, recebemos e a expectativa da maioria dos meninos, jovens homens, homens e velhos homens.
O que nossos pais esperam de nós? O que nós esperamos de nós? E o que eles esperam de nós?
Somos a geração que foi criada para ganhar o mundo. Incentivadas a estudar, trabalhar, viajar e, acima de tudo, construir a nossa independência. Os poucos bolos que fiz na vida nunca fizeram os olhos da minha mãe brilhar como as provas com notas 10. Os dias em que me arrumei de forma impecável para sair nunca estamparam no rosto do meu pai um sorriso orgulhoso como o que ele deu quando entrei no mestrado. Quando resolvi fazer um breve curso de noções de gastronomia meus pais acharam bacana. Mas quando resolvi fazer um breve curso de língua e civilização francesa na Sorbonne eles inflaram o peito como pombos.
Não tivemos aula de corte e costura. Não aprendemos a rechear um lagarto. Não nos chamaram pra trocar fralda de um priminho. Não nos explicaram a diferença entre alvejante e água sanitária. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas nos ensinaram esportes. Nos fizeram aprender inglês. Aprender a dirigir. Aprender a construir um bom currículo. A trabalhar sem medo e a investir nosso dinheiro. Exatamente como aconteceu com os meninos da nossa geração.
Mas, escuta, alguém lembrou de avisar os tais meninos que nós seríamos assim? Que nós disputaríamos as vagas de emprego com eles? Que nós iríamos querer jantar fora, ao invés de preparar o jantar? Que nós iríamos gostar de cerveja, whisky, futebol e UFC? Que a gente não ia ter saco pra ficar dando muita satisfação? Que nós seríamos criadas para encontrar a felicidade na liberdade e o pavor na submissão?
Aí, a gente, com nossa camisa social que amassou no fim do dia, nossa bolsa pesada, celular apitando os 26 novos e-mails, amigas nos esperando para jantar, carro sem lavar, 4 reuniões marcadas para amanhã, se pergunta “que raio de cara vai me querer?”.
“Talvez se eu fosse mais delicada… Não falasse palavrão. Não tivesse subordinados. Não dirigisse sozinha à noite sem medo. Talvez se eu aparentasse fragilidade. Talvez se dissesse que não me importo em lavar cuecas. Talvez…”
Mas não. Essas não somos nós. Nós queremos um companheiro, lado a lado, de igual pra igual. Muitas de nós sonham com filhos. Mas não só com eles. Nós queremos fazer um risoto. Mas vamos querer morrer se ganharmos um liquidificador de aniversário. Nós queremos contar como foi nosso dia. Mas não vamos admitir que alguém questione nossa rotina.
O fato é: quem foi educado para nos querer? Quem é seguro o bastante para amar uma mulher que voa? Quem está disposto a nos fazer querer pousar ao seu lado no fim do dia? Quem entende que deitar no seu peito é nossa forma de pedir colo? E que às vezes nós vamos precisar do seu colo e às vezes só vamos querer companhia pra um vinho? Que somos a geração da parceria e não da dependência?
E não estou aqui, num discurso inflamado, culpando os homens. Não. A culpa não é exatamente deles. É da sociedade como um todo. Da criação equivocada. Da imagem que ainda é vendida da mulher. Dos pais que criam filhas para o mundo, mas querem noras que vivam em função da família.
No fim das contas a gente não é nada do que o inconsciente coletivo espera de uma mulher. E o melhor: nem queremos ser. Que fique claro, nós não vamos andar para trás. Então vai ser essa mentalidade que vai ter que andar para frente. Nós já nos abrimos pra ganhar o mundo. Agora é o mundo tem que se virar pra ganhar a gente de volta."
Ruth Manus
domingo, 13 de julho de 2014
PALESTINA
12 COISAS QUE VOCÊ PROVAVELMENTE NUNCA OUVIU FALAR SOBRE O MASSACRE AO POVO PALESTINO
Por Thiago Ávila
1 – Apenas no primeiro dia deste novo massacre (julho de 2014) foram realizados 273 ataques aéreos (cerca de 11 por hora) em uma área com 40 km de comprimento por 12 km de largura povoada por 1,7 milhão de pessoas (uma das áreas mais densamente povoadas no mundo). Imaginem a catástrofe que é uma área do tamanho do Plano Piloto de Brasília com uma população tão grande assim e recebendo um pesado bombardeio aéreo a cada 6 minutos. A estimativa dos hospitais é que ficarão sem recursos para atender os feridos em dois dias. A eletricidade é intermitente e não existe qualquer indicativo de que Israel parará o massacre, apesar dos pedidos de diversas nações do mundo.
2 – Embora o Acordo de Paz firmado em 1948 entre a Palestina e Israel (país que estava sendo criado naquele momento) garantisse a divisão quase igualitária do território entre estes dois países (55% para Israel e 45% para a Palestina), desde 1967 (ano da Guerra dos Seis Dias), Israel ocupa ilegalmente os territórios palestinos, restringindo cada dia mais seu tamanho. Ainda no ano de 2012, Israel ocupava 78% do território e este número não para de crescer. Cada dia que Israel permanece e avança sobre os territórios palestinos ocupados é uma afronta aos Direitos Humanos e ao acordo internacional que poderia trazer finalmente paz para aquela região.
3 – A ocupação israelense é seletiva, tomando dos palestinos as terras férteis, com acesso a água e recursos naturais, inviabilizando qualquer chance de subsistência ou desenvolvimento soberano. Hoje os territórios palestinos dependem de Israel para ter acesso a tudo (água, energia, alimentação, telecomunicações etc.). Israel tomou o peixe do povo palestino e lhes proibiu de pescar.
4 – Todo tipo de ajuda humanitária precisa passar antes por Israel, que proíbe visitas de ativistas de Direitos Humanos e pessoas interessadas em diminuir a dor dos palestinos. Existem casos de ativistas que morreram tentando impedir a derrubada de casas palestinas em locais que estavam sendo invadidos por Israel. O caso de Rachel Corrie, que foi atropelada a sangue frio por um trator que destruía casas palestinas em áreas que estavam sendo tomadas por Israel, é emblemático. Em 2012, um tribunal israelense foi isentado de qualquer culpa no assassinato, alegando culpa da vítima e não do soldado que assumiu o controle do trator após o trabalhador que o operava ter se recusado a passar por cima da jovem militante.
5 – A Faixa de Gaza está no litoral do Mediterrâneo. No entanto, não é possível enviar ajuda pelo mar para o povo palestino, pois Israel proíbe. Em 2010, um corajoso grupo de onze ativistas de Direitos Humanos de diversas partes do mundo (incluindo uma vencedora do prêmio Nobel da Paz, Mairead Corrigan, uma das poucas premiadas que realmente merecia tal honra) conseguiu um navio para levar comida e materiais escolares para a Faixa de Gaza pelo mar. Embora o navio, batizado de Rachel Corrie, já tivesse sido inspecionado pela ONU e por autoridades iraquianas, com pedidos do governo irlandês para que não fosse interceptado, foi tomado violentamente por Israel, que impediu sua chegada, prendendo e deportando toda a sua tripulação. Não foi a primeira nem a última vez que isto aconteceu, envolvendo casos de assassinatos de ativistas nas invasões e tomada dos barcos.
6 – Para garantir que o povo palestino não fuja ou tente recuperar suas terras definidas pelo acordo de 1948 da ONU, Israel construiu um muro ao redor da Faixa de Gaza. É isso mesmo: a Faixa de Gaza é cercada por fora por Israel através de um muro blindado de 5 metros de altura apelidado pela comunidade internacional de “Muro da Vergonha”. Ele mantém os sobreviventes da Faixa de Gaza em uma prisão sem teto que lembra muito o Gueto de Varsóvia, local onde os judeus poloneses eram colocados pela Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial e lá sofriam as mais duras violações de Direitos Humanos. Infelizmente, Israel faz hoje como o povo palestino algo muito parecido com o que fez a Alemanha nazista durante o holocausto. No entanto, no caso deles, a resistência judaica no Gueto de Varsóvia é tratada como algo heróico e lembrada na história, nos livros e nos filmes. Hoje, a resistência palestina é tratada como terrorismo e usada como justificativa para mais e mais atrocidades por parte do Estado de Israel.
7 – Imagine que quando você quer viajar, ou quando avalia que as condições em seu país estão difíceis, você pode ir a outro país e retornar ao seu quando quiser. Pois esta não é uma opção para os sobreviventes da Faixa de Gaza. Pelo contrário, Israel busca de todas as formas que o povo palestino abandone seu país e vá para campos de refugiados em outros países, pois, uma vez fora, o Estado judeu não os deixa mais retornar. É uma verdadeira crise humanitária, pois milhões de famílias estão separadas há gerações, sem nenhuma perspectiva de algum dia se reunirem de volta em seu país de origem. A negação do direito de retorno é uma das grandes violações do Estado de Israel perante o povo palestino.
8 – Israel é o país que mais recebe “ajuda militar” dos Estados Unidos desde o final da Segunda Guerra Mundial, com uma média de 1,8 bilhão de dólares anuais. Desde o seu nascimento, Israel se consolidou como um dos mais poderosos e destrutivos exércitos do mundo (a quarta maior potência, segundo a maioria dos especialistas). Apesar de seu elevado potencial nuclear (e sua propensão às agressões e conflitos), Israel se recusou a assinar grande parte dos tratados internacionais que envolvem não-proliferação de armas nucleares, utilização de armas que causam danos a civis, entre outros desrespeitos aos Direitos Humanos mais básicos.
9 – Ao contrário do que dizem, não foram os árabes que “inventaram” o terrorismo como ferramenta de luta. Pelo contrário, o ataque indiscriminado a alvos civis para causar terror foi algo muito praticado pelos judeus entre 1910 e 1950. No entanto, enquanto movimentos populares, partidos políticos e grupos de resistência árabes são condenados por unanimidade pelas potências ocidentais (que também praticam suas violações de Direitos Humanos ao redor do mundo), os movimentos terroristas judaicos (tratados na história hoje como heróis) tinham total apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido com armas, logística e equipamentos. Apoio, aliás, que os governantes israelenses violadores dos Direitos Humanos atuais também possuem.
10 – O lobby israelense para invisibilizar o povo palestino e seu país é tão poderoso que conseguem manter o país ocupado quase como sendo um não-país. Tanto é que a Palestina passou 64 anos desde a criação de Israel para ser reconhecida finalmente em 2012 como “Estado observador” da ONU. E esta mera aceitação como observador foi motivo de revolta de Israel e dos Estados Unidos, que ameaçaram parar de contribuir com o orçamento da ONU após perderem a votação por 138 votos a 9 (votações parecidas com as que demandam o fim do bloqueio econômico a Cuba por parte dos Estados Unidos, até hoje não cumprido). Apesar do ínfimo avanço, a Palestina vergonhosamente ainda não foi reconhecida como membro pleno da ONU, que não tem qualquer poder para parar Israel e suas sucessivas violações dos Direitos Humanos.
11 – Israel utiliza em suas agressões militares armas que foram proibidas pela ONU como o fósforo branco. Desde 2006, quando tentou invadir o Líbano e foi derrotado pelo Hezbollah (“Partido do Povo”, em árabe), crescem as denúncias de que o exército estaria utilizando estas armas em locais densamente povoados, causando terríveis efeitos sobre a população civil.
12 – Outra prática vergonhosa e muito utilizada por Israel e outras potências imperialistas são os auto-atentados, ou seja, provocar ou simular um incidente para que ele seja utilizado como justificativa para ataques a outras nações ou grupos. Esta tática para garantir apoio popular local e internacional foi muito utilizada na história deste país. Basta lembrar do caso de 2006, onde foi divulgado que um “cidadão israelense”, Gilad Shalit, havia sido sequestrado pelos terroristas do Hamas na Faixa de Gaza, dando início à Guerra em que Israel matou milhares de civis, tomou diversos territórios palestinos na Cisjordânia e tentou tomar o Líbano! Depois não tiveram como esconder o fato de que Gilad Shalit era um soldado israelense, infiltrado no território palestino para espionar e divulgar a localização de lideranças do Hamas (partido eleito democraticamente para o governo da Faixa de Gaza) para bombardeio às suas casas posteriormente.
Espero que isto forneça a alguns elementos para ao menos desconfiar cada vez que ouvir da mídia hegemônica que “terroristas palestinos atiram míssil contra Israel” ou, “conflito entre Palestina e Israel deixa tantos mortos”. Gaza não tem exército, força aérea ou marinha. Israel é a quarta potência militar do mundo. A resistência à ocupação é permitida pelo direito internacional. A ocupação de Israel, o cerco e a punição coletiva de Gaza, não.
Nunca esqueça que o que acontece naquele lugar é um verdadeiro massacre a um povo. Uma mancha na breve história da humanidade que precisamos remover e reparar para que possamos finalmente viver em paz com justiça social e fazer desta Terra a Pátria do ser humano e da natureza.
terça-feira, 8 de julho de 2014
segunda-feira, 7 de julho de 2014
O Liberalismo por Mário vargas Lhosa
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,liberais-e-liberais-imp-,1122964O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,liberais-e-liberais-imp-,1122964O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,liberais-e-liberais-imp-,1122964O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,liberais-e-liberais-imp-,1122964Mega dica de leitura: Artigo fenomenal de Mário Vargas Lhosa sobre Liberalismo. não deixem de conferir gente! Acesse no link abaixo:
http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,liberais-e-liberais-imp-,1122964
http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,liberais-e-liberais-imp-,1122964
"Be silly, but be happy and not frustrated.
Embarrass, quit crying and speaking what you feel, show love.
You will discover sooner or later that time to be happy is short, and every moment that will never come back though.
Do not care about the opinions of others.
Before being a jerk to people than unfortunate for himself. " [Arnaldo Jabor]
Embarrass, quit crying and speaking what you feel, show love.
You will discover sooner or later that time to be happy is short, and every moment that will never come back though.
Do not care about the opinions of others.
Before being a jerk to people than unfortunate for himself. " [Arnaldo Jabor]
domingo, 6 de julho de 2014
Um grande homem - Arnaldo Jabour
"Nós homens nos caracterizamos por ser o sexo forte, embora muitas vezes caiamos por debilidade.
Um dia, minha irmã chorava em sua casa.
Com muita saudade, observei que meu pai chegou perto dela e perguntou o motivo de sua tristeza.
Escutei-os conversando por horas, mas houve uma frase tão especial que meu pai disse naquela tarde, que até o dia de hoje ainda me recordo a cada manhã e que me enche de força.
Meu pai acariciou o rosto dela e disse::
"Minha filha, apaixone-se porUm Grande Homem e nunca mais voltará a chorar".
Perguntei-me tantas vezes, qual era a fórmula exata para chegar a ser esse grande homem e não deixar-me vencer pelas coisas pequenas....
Com o passar dos anos, descobri que se tão somente todos nós homens lutássemos por ser grandes de espírito, grandes de alma e grandes de coração, o mundo seria completamente diferente!
Aprendi que um Grande Homem... não é aquele que compra tudo o que deseja, porque muitos de nós compramos com presentes a afeição e o respeito àqueles que nos cercam.
Meu pai lhe dizia:
"Não se apaixone por um homem que só fale de si mesmo, de seus problemas, sem preocupar-se com você... Enamore-se de um homem que se interesse por você , que conheça suas forças, suas ilusões, suas tristezas e que a ajude a superá-las.
"Não creia nas palavras de um homem quando seus atos dizem o oposto.
Afaste de sua vida um homem que não constroi com você um mundo melhor .... Ele jamais sairá do seu lado, pois você é a sua fonte de energia..
Foge de um homem enfermo espiritual e emocionalmente, é como um câncer, matará tudo o que há em você (emocional, mental, física, social e economicamente)
"Não dê atenção a um homem que não seja capaz de expressar seus sentimentos, que não se ame saudavelmente.
Não se agarre a um homem que não seja capaz de reconhecer sua beleza interior e exterior e suas qualidades morais.
Não deixe entrar em sua vida um homem a quem tenha que adivinhar o que quer, porque não é capaz de se expressar abertamente.
Não se enamore de um homem que ao conhecê-lo, sua vida tenha se transformado em um problema a resolver e não em algo para desfrutar".
"Não creia em um homem que tenha carências afetivas de infância e que trata de preenchê-las com a infidelidade, culpando-a, quando o problema não está em você,e sim nele, porque não sabe o que quer da vida, nem quais são suas prioridades".
Por que querer um homem que a abandonará se você não for como ele pretendia, ou se já não é mais " útil ?.
Por que querer um homem que a trocará por um cabelo ou uma cor de pele diferente, ou por uns olhos claros, ou por um corpo mais esbelto?
Por que querer um homem que não saiba admirar a beleza que há em você, a verdadeira beleza. a do coração?
Quantas vezes me deixei levar pela superficialidade das coisas, deixando de lado aqueles que realmente me ofereciam sua sinceridade e integridade e dando mais importância a quem não valorizava meu esforço?
Custou-me muito compreender que GRANDE HOMEM não é aquele que chega no topo, nem o que tem mais dinheiro, casa, automóvel, nem quem vive rodeado de mulheres, nem muito menos o mais bonito.
Um grande homem, é aquele ser humano transparente, que não se refugia atrás de cortinas de fumaça, é o que abre seu coração sem rejeitar a realidade, é quem admira uma mulher por seus alicerces morais e grandeza interior.
Um grande homem, é o que caminha de frente, sem baixar os olhos; é aquele que não mente, embora às vezes perca por falar a verdade. e sobretudo, um grande homem é o que sabe chorar sua dor sem fugir dela.
Um grande homem é o que cai e tem a suficiente força para levantar-se e seguir lutando.
Hoje minha irmã está casada e feliz, e esse Grande Homem com quem se casou, não era nem o mais popular, nem o mais solicitado pelas mulheres, nem o mais rico ou o mais bonito.
Esse Grande Homem é simplesmente aquele que nunca a fez chorar. é quem no lugar de lágrimas lhe roubou sorrisos.
Sorrisos por tudo que conquistaram juntos, pelos triunfos alcançados, por suas lindas recordações e por aquelas tristes lembranças que souberam superar, por cada alegria que repartem e pelos 3 filhos que preenchem suas vidas.
Esse Grande Homem ama tanto a minha irmã que daria o que fosse por ela sem pedir nada em troca...
Esse Grande Homem a quer pelo que ela é, por seu coração e pelo que são quando estão juntos."
quinta-feira, 3 de julho de 2014
terça-feira, 1 de julho de 2014
Pintora surpreende ao utilizar apenas o dedo para pintar suas telas
Artista deixou de usar pincéis há quatro anos
A pintora Iris Scott encontrou uma maneira de pintar bastante diferente para ela. Certo dia, ela estava com preguiça de lavar os seus pincéis e resolveu usar o dedo. Isso fez sua carreira artística mudar de uma vez por todas. Hoje, a artista não usa mais pincéis.
Veja alguma das obras criadas por ela e conheça o método no vídeo:
Fotos: Iris Scott
Reportagem iBahiaPintora surpreende ao utilizar apenas o dedo para pintar suas telas
quarta-feira, 11 de junho de 2014
A liberdade
Gente, segue uma dica de leitura, é apenas um pequeno artigo, mas vale a pena a reflexão proposta pelo mesmo, ascenda-o através do link:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/leonardopadura/2014/06/1466588-a-liberdade.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/leonardopadura/2014/06/1466588-a-liberdade.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/leonardopadura/2014/06/1466588-a-liberdade.shtml
Uma ameaça sinistra está nascendo dentro dos laboratórios tecnológicos do Vale do Silício
A Inteligência Artificial, disfarçada como prestimosos assistentes digitais e veículos que não necessitam de motoristas, estão conquistando espaço – e ela poderia um dia significar o fim da humanidade.
Pelo menos é o que pensa Stephen Hawking, ganhador do Prêmio Nobel de Física, o qual alerta que a humanidade encara um futuro incerto à medida que a tecnologia aprende a pensar por si mesma e se adapta ao seu ambiente.
Stephen Hawking.
Num artigo publicado no Independent, o físico discutiu o filme mais recente de Jonny Depp, Transcendence, que retrata um mundo onde os computadores podem superar as habilidades humanas.
O professor Hawking disse que descartar o filme como sendo somente ficção científica seria o “pior erro na história“.
Ele argumenta que os desenvolvimentos nos assistentes digitais Siri, Google Now e Cortana são meramente sintomas de uma corrida armamentista de TI, a qual “será insignificante comparada com o que as décadas vindouras trarão“.
Mas Hawking nota que outros benefícios em potencial desta tecnologia poderiam também ser significantes, com o potencial para erradicar a guerra, as doenças e a pobreza.
“O sucesso na criação de IA (Inteligência Artificial) seria o maior evento da história humana“, ele disse. “Infelizmente, este também poderia ser o último, ao menos que aprendamos a evitar os riscos.”
A curto e médio prazos, os militares pelo mundo todo estão trabalhando para desenvolver sistemas de armamentos autônomos, com as Nações Unidas trabalhando simultaneamente para bani-los.
“Olhando mais para a frente, não há nenhum limite fundamental para o que possa ser conseguido“, disse Hawking. “Não há nenhuma lei física impossibilitando as partículas de se organizarem de forma a desempenharem computações ainda mais avançadas do que as disposições de partículas nos cérebros humanos.”
De fato, a IBM já desenvolveu chips inteligentes que poderiam pavimentar o caminho para redes de sensores que imitariam a capacidade humana de percepção, ação e pensamento.
Um dia, isto poderia ajudar aos cientistas de informática a desenvolverem uma máquina com um cérebro ainda mais inteligente do que o dos humanos.
“Como Irving Good percebeu em 1965, máquinas com inteligência super humana poderiam repetidamente melhorar seus desenhos, disparando o que Vernor Vinge chamou de ‘singularidade‘ “, disse Hawking.
Hawking também disse que os especialistas não estão preparados para estes cenários. Oferecendo uma comparação, ele disse que se os alienígenas nos dissessem que chegariam dentro de poucas décadas, os cientistas não ficariam simplesmente sentados esperando pela chegada deles.
“Embora estejamos encarando potencialmente a melhor e a pior coisa na história da humanidade, pouca pesquisa séria está sendo despendia no assunto. Todos nós deveríamos nos perguntar o que podemos fazer agora para melhorar as chances de colhermos benefícios e evitarmos os riscos.”
Fonte: www.dailymail.co.uk
http://ovnihoje.com/2014/05/05/steph...#axzz30rqnbMFG
Pelo menos é o que pensa Stephen Hawking, ganhador do Prêmio Nobel de Física, o qual alerta que a humanidade encara um futuro incerto à medida que a tecnologia aprende a pensar por si mesma e se adapta ao seu ambiente.
Stephen Hawking.
Num artigo publicado no Independent, o físico discutiu o filme mais recente de Jonny Depp, Transcendence, que retrata um mundo onde os computadores podem superar as habilidades humanas.
O professor Hawking disse que descartar o filme como sendo somente ficção científica seria o “pior erro na história“.
Ele argumenta que os desenvolvimentos nos assistentes digitais Siri, Google Now e Cortana são meramente sintomas de uma corrida armamentista de TI, a qual “será insignificante comparada com o que as décadas vindouras trarão“.
Mas Hawking nota que outros benefícios em potencial desta tecnologia poderiam também ser significantes, com o potencial para erradicar a guerra, as doenças e a pobreza.
“O sucesso na criação de IA (Inteligência Artificial) seria o maior evento da história humana“, ele disse. “Infelizmente, este também poderia ser o último, ao menos que aprendamos a evitar os riscos.”
A curto e médio prazos, os militares pelo mundo todo estão trabalhando para desenvolver sistemas de armamentos autônomos, com as Nações Unidas trabalhando simultaneamente para bani-los.
“Olhando mais para a frente, não há nenhum limite fundamental para o que possa ser conseguido“, disse Hawking. “Não há nenhuma lei física impossibilitando as partículas de se organizarem de forma a desempenharem computações ainda mais avançadas do que as disposições de partículas nos cérebros humanos.”
De fato, a IBM já desenvolveu chips inteligentes que poderiam pavimentar o caminho para redes de sensores que imitariam a capacidade humana de percepção, ação e pensamento.
Um dia, isto poderia ajudar aos cientistas de informática a desenvolverem uma máquina com um cérebro ainda mais inteligente do que o dos humanos.
“Como Irving Good percebeu em 1965, máquinas com inteligência super humana poderiam repetidamente melhorar seus desenhos, disparando o que Vernor Vinge chamou de ‘singularidade‘ “, disse Hawking.
Hawking também disse que os especialistas não estão preparados para estes cenários. Oferecendo uma comparação, ele disse que se os alienígenas nos dissessem que chegariam dentro de poucas décadas, os cientistas não ficariam simplesmente sentados esperando pela chegada deles.
“Embora estejamos encarando potencialmente a melhor e a pior coisa na história da humanidade, pouca pesquisa séria está sendo despendia no assunto. Todos nós deveríamos nos perguntar o que podemos fazer agora para melhorar as chances de colhermos benefícios e evitarmos os riscos.”
Fonte: www.dailymail.co.uk
http://ovnihoje.com/2014/05/05/steph...#axzz30rqnbMFG
terça-feira, 10 de junho de 2014
segunda-feira, 9 de junho de 2014
Bebidas nos copos do mundo!
Elas ajudaram no surgimento da escrita e no desenvolvimento da filosofia, além de motivar guerras e revoluções. Da cerveja à Coca-Cola, as bebidas foram marcantes nos rumos da humanidade
Lia Hama | 01/09/2006 00h00
Idade da Pedra, Idade do Bronze, Idade do Ferro. Essa divisão de períodos históricos foi criada por arqueólogos. Eles se basearam no impacto do uso de cada um desses materiais na vida dos seres humanos ao longo dos tempos. Mas uma outra divisão, um pouco mais fluida, também é possível. Por exemplo: há aproximadamente 5500 anos, quando o Oriente Médio estava entrando na Idade do Bronze, as populações daquela região estavam em plena era da... cerveja.
Dividir a história do mundo em períodos dominados por determinadas bebidas: é isso o que propõe o jornalista inglês Tom Standage, editor da respeitada revista britânica The Economist. No livro História do Mundo em Seis Copos, ele mostra como a cerveja foi decisiva para o desenvolvimento da agricultura e da escrita – ajudando, assim, o homem a sair da Pré-história. Alguns milênios depois, o vinho esteve intimamente ligado ao desenvolvimento da filosofia grega. Até chegar à Coca-Cola e seu papel destacado na globalização que marcou a virada para o século 21, muita coisa aconteceu entre um gole e outro.
“As bebidas tiveram uma conexão com o fluxo da história bem maior do que geralmente se reconhece”, afirma Standage no livro. “Elas sobrevivem em nossas casas como lembranças vivas de eras passadas, testamentos líquidos das forças que moldaram o mundo moderno.” Na opinião do escritor britânico, a bebida do futuro será a água, o que significa que a história das bebidas voltará à sua fonte original. Sendo um recurso natural limitado e fundamental para a vida, muitos estudiosos apontam que a água substituirá o petróleo como a mercadoria escassa com maiores chances de provocar um conflito internacional. “Sua disponibilidade irá determinar o futuro da raça humana na Terra”, diz Standage. Enquanto a era da água não vem, confira como as bebidas ajudaram a trazer a humanidade até aqui.
Cerveja
Se a onipresença das campanhas de cerveja faz você achar que essa bebida nunca foi tão importante, saiba que ela já era fundamental na vida social, religiosa e econômica das antigas civilizações do Egito e da Mesopotâmia. Lá, era usada em cerimônias religiosas, funerais e rituais de fertilidade – os egípcios viam a cerveja como um presente dos deuses, por sua capacidade “mágica” de induzir um estado de consciência alterada.
Para alguns antropólogos, a necessidade de manter a oferta de cerveja teria sido um dos motivos para o desenvolvimento da agricultura. Como a demanda pela bebida era muito grande, não era possível continuar dependendo apenas da coleta de grãos selvagens para produzi-la. Nascia aí a necessidade de plantar e cultivar cereais.
A cerveja também foi decisiva para a origem da escrita, que surgiu para registrar a colheita de grãos e a distribuição de potes da bebida, pães e outras mercadorias. Os primeiros documentos escritos de que se tem notícia são listas salariais e recibos de impostos dos sumérios, nos quais o símbolo para a cerveja é um dos que mais aparecem. No Egito, a bebida era usada como moeda de troca. Os trabalhadores que construíram as pirâmides, por exemplo, eram pagos com pão e cerveja: cada um ganhava três ou quatro bolos de pão e duas canecas contendo cerca de 4 litros da bebida.
Vinho
A filosofia, a política, a ciência e a poesia da Grécia antiga, que até hoje servem de base para o pensamento ocidental, provavelmente não teriam ido tão longe sem o vinho. Era ele que ditava o ritmo nos simpósios, festas em que os participantes partilhavam uma grande taça de vinho diluído. Durante os debates acalorados, os bebedores tentavam superar um ao outro em inteligência. O filósofo grego Platão dizia que o vinho era uma ótima maneira de testar o caráter de um homem, submetendo-o às paixões despertadas pela bebida – como a raiva, o amor e a ambição.
O vinho tornou-se um dos principais produtos de exportação da Grécia antiga. Esse comércio ajudou a espalhar os ideais da civilização grega na região do Mediterrâneo e, mais tarde, no resto do mundo. O costume de beber vinho prosseguiu com os romanos, cuja sociedade hierarquizada se refletia no consumo da bebida. Cada classe social tinha seu vinho. O melhor de todos era o Falerno, feito com vinhas da região do monte de mesmo nome, no sul de Nápoles. Pela qualidade, ia para os imperadores. O pior era o Lora, feito com cascas, sementes e caules da uva, que era servido para os escravos.
Rum e Uísque
O rum foi um dos personagens centrais da independência dos Estados Unidos: entre pagar mais para beber e tentar derrubar o domínio inglês, os americanos ficaram com a segunda opção. Durante o século 18, um dos motivos para o aumento da hostilidade entre a Inglaterra e suas colônias na América do Norte foram os altos impostos que a metrópole cobrava sobre o comércio de melaço de cana, a principal matéria-prima do rum. Em 1781, cinco anos depois que os americanos se libertaram dos ingleses, John Adams, um dos fundadores dos Estados Unidos, escreveu para um amigo: “Não sei por que deveríamos ter vergonha de confessar que o melaço foi um ingrediente essencial na independência. Muitos grandes acontecimentos resultaram de causas muito menores”.
Já outro destilado, o uísque, era parte do dia-a-dia na América do Norte desde antes da independência. Muitos dos colonos americanos eram de origem escocesa ou irlandesa e tinham experiência na destilação de grãos. A bebida era usada como moeda (trocada por sal, açúcar, ferro e pólvora) e consumida em aniversários e funerais. Nos primeiros tempos, a democracia americana, que se tornou referência no mundo todo, era movida a uísque: políticos em campanha distribuíam a bebida aos eleitores.
Café
Abastecidos pela bebida que chegara à Europa no século 17, os cafés públicos de Paris eram ponto de encontro de intelectuais. No século seguinte, tornaram-se centros do revolucionário pensamento iluminista. Por causa disso, viviam cheios de espiões do governo. Qualquer um que falasse contra a monarquia corria o risco de ir para uma masmorra na Bastilha, a prisão que era símbolo do autoritarismo do regime. Tanto esforço de repressão, no entanto, foi em vão. Foi no café de Foy, em 12 de julho de 1789, que um jovem advogado chamado Camille Desmoulins colocou a Revolução Francesa em prática. Ele subiu numa mesa e, com uma pistola na mão, gritou: “Às armas, cidadãos!” Dois dias depois, a Bastilha foi tomada por uma multidão enfurecida.
Em Londres, na mesma época, quem desejava se informar sobre os últimos acontecimentos políticos, as mais novas descobertas científicas ou as fofocas da corte se dirigia a um café. Havia estabelecimentos especializados e divididos segundo a localização. Os próximos ao Palácio de Westminster, a sede do Parlamento britânico, eram freqüentados por políticos. Os que ficavam perto da Catedral de Saint-Paul, por clérigos e teólogos. Já os próximos à Bolsa de Valores atraíam os homens de negócio. Pelo preço de uma xícara da bebida, era possível ler jornais, conversar com outros fregueses ou participar de debates literários ou políticos. Os cafés eram grandes fontes de informação, mas o que se descobria lá nem sempre era confiável – mais ou menos como a internet no dias de hoje.
Chá
No século 18, muitas das rotas comerciais entre a Grã-Bretanha e o Oriente foram traçadas graças à enorme popularidade do chá entre os ingleses. Essa paixão contribuiu para que, naquela época, o Império Britânico chegasse a abranger 20% da superfície mundial. O lucro obtido com esse intercâmbio serviu para financiar o desenvolvimento acelerado das fábricas inglesas. O chá se transformou, assim, na bebida por excelência da Revolução Industrial. Os capitalistas ofereciam a seus empregados intervalos para o consumo da bebida – graças à cafeína, o líquido mantinha os operários acordados nos longos turnos de trabalho braçal.
Mas o chá também causou problemas sérios para a Inglaterra, já que, como o rum, foi um dos pivôs da independência dos Estados Unidos. A reação contra a tentativa britânica de taxar o produto provocou as chamadas “festas do chá”, em que colonos americanos jogavam ao mar carregamentos de chá de navios ingleses. Uma das mais conhecidas foi a Boston Tea Party (“Festa do Chá de Boston”), em 1773, quando agitadores esvaziaram três cargueiros. “Festas” como essa ajudaram a desestabilizar o poder da metrópole.
Depois da derrota na independência americana, o chá levou os ingleses a uma outra guerra, do outro lado do mundo. O consumo do produto na Inglaterra cresceu tanto que o país passou a ter prejuízo no saldo comercial com a China, de quem importava as folhas. Para tentar equilibrar a balança, os ingleses resolveram aumentar a produção de ópio que vendiam para os chineses. A disputa comercial levou à Guerra do Ópio, de 1839 a 1842, vencida pelos britânicos. No fim, os chineses foram forçados a assinar um tratado de paz humilhante, entregando o controle de Hong Kong aos vitoriosos – o território só foi devolvido em 1997.
Coca-Cola
A ascensão dos Estados Unidos e a globalização da guerra, da política, do comércio e das comunicações no século 20 foram acompanhadas pela ascensão da Coca-Cola, considerada símbolo dos valores americanos. Para os que admiram os Estados Unidos, ela significa liberdade de escolha e democracia. Para os que odeiam aquele país, ela representa o capitalismo cruel, a hegemonia das marcas globais e a diluição das culturas numa mediocridade homogeneizada.
A Coca-Cola acompanhou os Estados Unidos em diversos conflitos pelo mundo. Durante a Segunda Guerra, a bebida foi mandada para os campos de batalha, pois fazia os soldados americanos lembrarem-se de casa e ajudava a manter o moral elevado. Tal era sua importância que a empresa foi isenta do racionamento de açúcar imposto em 1942 – a justificativa foi a de que a bebida era essencial para o esforço de guerra. Essa presença no front se mantém até hoje. Quando as tropas norte-americanas ocuparam o palácio do ditador iraquiano Saddam Hussein em Bagdá, em abril de 2003, elas fizeram um churrasco com hambúrgueres, cachorros-quentes e, claro, muita Coca-Cola.
Por Tom Standage
sábado, 7 de junho de 2014
"Assusto-me com a capacidade que o homem tem de não conhecer o significado da palavra "Coragem", as conseguem viver constantemente sem esta, acham-se muito fortes e cheias de brio, quando na verdade não passam de seres limitados à tudo o que é fácil, não se ouve falar mais em casais ávidos por enfrentarem dificuldades juntos, porque na medida em que um passa a incomodar o outro, este prontamente descarta-o, se não satisfaz, é simples, pretere-se, as pessoas esqueceram-se que o real valor das coisas e sobretudo das pessoas não se constrói com facilidades, e se eu quiser na vida apenas o que me parecer fluente e leve, sem encardo ou fardo algum, terei a superficialidade e fragilidade em tudo, terei a vida pautada em valores passageiros, sem alicerces. Como já dizia o provérbio chinês o mal se prolifera na sociedade porque já não se amam as pessoas e usam-se as coisas, agora, amam-se as coisas e usam-se as pessoas!
O amor, ter um amor puro e verdadeiro não é coisa costumeira hodiernamente, encontrar alguém disposto a cultivar um amor assim é mais raro e árduo do que um dia imaginei, quisera eu poder incutir na mentalidade humana e em suas almas a ciência da dimensão e luminosidade deste sentimento, mas a mesma concupiscência que o homem apresenta para fugir de tudo o que é correto, tem ele de afugentar-se da magnitude desta ventura, combustível valioso às almas sábias e corações sublimes, estímulo ímpar de uma felicidade genuína, fabuloso provedor de sentidos para tudo que é tangível e intangível, é mesmo uma imensidão de alegria isto a que chamamos de amor!" - P.P.
Ler e escrever!
Publicado no Sul21 em 10 de agosto de 2013
O tempo para leitura parece cada vez mais comprimido e isto não é uma perda apenas para a literatura.
Por Alan Bisset, no The Guardian
(Traduzido por Milton Ribeiro)
(Traduzido por Milton Ribeiro)
Um súbito interesse renovado por Tolstói, causado pelo filme sobre seus últimos dias, A Última Estação, fez-me lembrar que há um ano atrás eu tinha prometido a mim mesmo reler Guerra e Paz. Fazia algum tempo que eu não enfrentava um romance de grandes proporções ou, para ser mais exato, qualquer coisa publicada antes do século XX. A releitura de Guerra e Paz iria me tranquilizar: minha resistência física e disponibilidade estavam intactas. Fui até a estante e descobri a página em que deixei o marcador – ele estava na página 55 e eu sequer podia utilizar a desculpa de ter crianças pequenas.
O fato em si não teria me assustado — afinal, é Guerra e Paz — se não fosse a existência de outros marcadores abandonados em outros livros. Eu não estava terminando nenhum deles? Como é que eu, que adorava ficção o suficiente para estudá-la, ensiná-la e escrever a respeito, me tornara tão distraído?
O mundo dos meus tempos de estudante era fundamentalmente diferente do atual. Foi apenas no final da minha graduação que um amigo me mostrou uma maravilha chamada internet (Ele: “Há sites sobre qualquer assunto, tudo pode ser encontrado!”. Eu: “O que é um site?”). Nos anos 90, havia somente quatro canais de televisão. Cada família tinha um telefone, cujo uso era consecutivo. Poucos tinham jogos eletrônicos. Então, era muito mais fácil retirar-se completamente do mundo para a grande arquitetura do romance. Agora, o leitor está sob o ataque de centenas de canais de televisão, cinema 3D, há um negócio de jogos de computador tão florescente que faz com que Hollywood os imite em seus filmes, há os iPhones, o Wifi, o YouTube, o Facebook, há notícias 24h, uma cultura tola da celebridade — verdadeiras ou falsas — , acesso instantâneo a toda e qualquer música já registrada, temos o esporte onipresente, há caixas de DVDs com tudo o que gostamos. Os momentos de lazer que já eram preciosos foram engolidos pela lista anterior e também e-mails, torpedos e Facebook. Quase todas as pessoas com quem eu falo dizem amar os livros, mas que simplesmente não encontram mais tempo para lê-los. Bem, eles CERTAMENTE têm tempo, só que não conseguem gastá-lo de forma diferente.
Isto tem consequências desastrosas para nossa inteligência coletiva. Estamos sitiados pela indústria de entretenimento, a qual nos estimula apenas em determinadas direções. A sedução é sonora, visual e tátil. A concentração na palavra impressa, na profundidade de um argumento ou de uma narrativa ficcional, exige uma postura que os dependentes dos meios visuais não têm condições de atender. Seus cérebros não se fixam na leitura ou, se leem, fazem-no rapidamente para voltar logo ao plin-plin. Ora, isso é um roubo de um espaço de pensamento que deveria ser recuperado.
Obviamente, os meios de comunicação como a Internet nos oferecem enormes benefícios (você não estaria lendo isto de outra forma), mas nos empurram facilmente para coisas bem superficiais que roubam nosso tempo. Você viu Avatar? Você viu o que eles podem fazer agora? Podem me chamar de melodramático, mas estou começando a me sentir como protagonista de alguma distopia (ou antiutopia) do gênero de 1984 ou Fahrenheit 451, tendo meus pensamentos apagados e, pior, gostando disso.
A Cultura mudou rapidamente nesta década. A leitura está sob ameaça como nunca antes. “Escrever e ler é uma forma de liberdade pessoal”, disse Don DeLillo em uma carta a Jonathan Franzen, que o questionara muito tempo antes da chegada da Internet. “A literatura nos liberta dos pensamentos comuns, de possuir a mesma identidade das pessoas que vemos em torno de nós. Nós, escritores, fundamentalmente, não escrevemos para sermos heróis de alguma subcultura, mas principalmente para nos salvar, para sobrevivermos como indivíduos.” Exatamente a mesma afirmação, penso eu, descreve a condição dos leitores sérios.
Deem-me o meu Tolstói. Agora é guerra.
Károly Ferenczy [ A beautifull book ] 1910
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